Gabrielli Menezes De Nossa
O estado de São Paulo protagonizou um importante movimento queijeiro nos últimos meses. Com organização e pressão, os produtores conseguiram a aprovação da lei antiburocracia e a assinatura do novo decreto mais amigável para os pequenos no final de fevereiro. Na mesma esteira de valorização do trabalho artesanal, a capital receberá, entre os dias 15 e 18 de setembro, o Mundial do Queijo do Brasil.
A informação foi confirmada pela SerTãoBras, sociedade civil de Minas Gerais responsável pela criação e realização do concurso. Com a presença garantida de uma feirinha de produtos, o evento no teatro B32, na avenida Faria Lima, promete conectar o público geral diretamente aos artesãos.
O Mundial está na sua segunda edição. A primeira, realizada em 2019 em Araxá (MG), reuniu 32 mil pessoas e 900 queijos. Por conta da pandemia, não houve programação em 2020 e 2021. A expectativa da retomada é que o número de exemplares suba para 1200 e que, a partir de agora, o evento aconteça todos os anos, cada vez em uma cidade para incentivar a cultura queijeira em diferentes realidades do país. Flávia Soni Rogoski, diretora da SerTãoBras, afirma:
Quanto mais falamos sobre queijos, mais as pessoas conhecem e valorizam”
A principal inovação prevista para São Paulo é a automatização da gestão de informações na avaliação.
“Vamos ter o resultado muito rápido. Isso ajudará a diminuir a ansiedade dos concorrentes”.
Jurados de fora, valorização interna.
O Mundial do Brasil tem parceria com a confraria Guilde Internationale des Fromagers, que promove outras competições pelo mundo, entre elas o Mundial da França, que existe há 40 anos.
A ideia é que a Guilde traga um grupo de 18 jurados especializados e facilite a participação de amostras estrangeiras, considerando todas as questões sanitárias nacionais.
Apesar do movimento estrangeiro, o maior impacto é interno. De acordo com o presidente Roland Barthélemy, o Brasil chama atenção nas disputas internacionais e tem um grande potencial de mercado.
Para Flávia, o nascimento de um concurso dentro do país influencia no desejo de consumo e na remuneração dos pequenos produtores.
“O queijeiro que recebe um feedback positivo agrega valor para o queijo dele. Com uma medalha de bronze, por exemplo, um produtor autoral tem seu queijo reconhecido e consegue subir o preço de 25 para 45 reais”
O regulamento para os produtores que desejam participar do Mundial do Brasil deve ser lançado pela SerTãoBras em março.
Fonte: https://www.uol.com.br/