Trata-se do primeiro registro de queijaria artesanal na região da Serra da Canastra com adesão ao Sisbi/POA
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) concede amanhã, dia 10, o primeiro registro de queijaria artesanal na região da Serra da Canastra com adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi/POA), obtido por meio do Programa de apoio à Regularização da Agroindústria Familiar de Pequeno Porte.
O registro será entregue aos produtores da fazenda Instância Capim Canastra, localizada em São Roque de Minas, durante evento a ser promovido pela Coordenadoria Regional do IMA em Passos e pela Associação dos Produtores de Queijo da Serra da Canastra (Aprocan). Hoje, cerca de 100 queijarias mineiras estão em processo de regularização para obtenção desse registro em todas as regiões do Estado.
A fazenda, que assinou termo de compromisso para regularização da produção artesanal de queijo, conforme Lei Estadual 19.476 – conhecida como Lei da Agroindústria Familiar –, cumpriu todas as etapas estabelecidas junto ao IMA, há dois anos, como exame da saúde dos trabalhadores, regularização da vacinação do rebanho, participação nos cursos de boas práticas de fabricação do queijo e adequação da infraestrutura local, entre outros.
De acordo com o gerente de Educação Sanitária e Apoio à Agroindústria Familiar do IMA, Gilson de Assis Sales, a regularização da fazenda é uma grande conquista, haja vista que com a adesão ao Sisbi/POA poderá comercializar queijos, a partir de agora, não somente em Minas, mas para todo o país.
– O IMA tem realizado um trabalho intensivo e contínuo para estimular a regularização dos pequenos produtores familiares de queijo, por meio da realização de visitas técnicas, seminários, palestras e distribuição de material informativo – afirmou.
Sales diz que a Instância Capim Canastra é um dos exemplos de sucesso e fruto do esforço dos agricultores familiares. Além disso, ele destaca as políticas públicas e parcerias com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que disponibilizou R$ 2 milhões, em 2011, para compra de equipamentos e veículos, treinamento dos servidores para visitas técnicas e atendimento aos produtores no campo.
Outros parceiros são o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que promove cursos voltados para os agricultores na área de boas práticas de fabricação de produtos e o Instituto Antônio Ernesto de Salvo (Inaes) que, por meio de convênio, contribui com recursos da ordem de R$ 120 mil para vistorias nos estabelecimentos rurais.
Para o veterinário e produtor de queijos, Guilherme Ferreira, da Instância Capim Canastra, fazer a regularização cadastral junto ao IMA foi a melhor opção, principalmente por ter feito todo procedimento de forma tranquila e sem muitos investimentos.
– Foi um alívio chegarmos até aqui nesses dois anos. A conquista não foi somente para a gente, mas para a região da Canastra, que ganhou maior visibilidade. O IMA tem sido um grande parceiro e tem criado possibilidades dentro da legislação para facilitar a vida dos produtores – disse.
A fazenda produz de 22 a 25 queijos artesanais por dia, que são feitos com leite extraído das vacas da raça caracu (gado histórico da região) e coalho italiano. Com a regularização da queijaria, Ferreira diz que os produtos da fazenda ganharam valor.
– Antes, o queijo custava R$ 35 o quilo e agora R$ 50 – afirmou.