(foto: Ramon Lisboa/Estado de Minas)
Um mundo de águas e verdes paisagens é o retrato de São Roque de Minas, cidade mais próxima às grandes atrações da região serrana, com diversas cachoeiras, boa comida e muita tranquilidade
São Roque de Minas é considerada a “capital” da Serra da Canastra, um mundo de águas e verdes paisagens, próxima à maioria das atrações e com maior oferta de meios de hospedagem e serviços. A cidade fica a 692 quilômetros de Brasília pela BR 354.Vale percorrer as deslumbrantes estradinhas de terra e explorar as cachoeiras do Fundão ou Gameleira, com 90 metros de queda, formando um poço onde é possível nadar. Outra cachoeira que merece uma visita é a do Cerradão — 15 minutos de caminhada leve conduzem o visitante a uma piscina formada pela primeira das três quedas. Siga a placa para a ducha se quiser experimentar uma hidro natural.
A da Parida, além de ter uma paisagem linda, é uma das menos visitadas do parque. O terreno guarda ainda um sítio arqueológico com pinturas rupestres. Outras duas cachoeiras imperdíveis são as do Capão Forro e da Chinela. Todas essas têm taxas de entrada e pouca estrutura de serviços. Leve sempre água, lanches, frutas e barras de cereal, pois nos passeios você sempre sabe o horário de saída e sempre erra o horário de retorno.
Outro diferencial da Canastra é a produção exclusiva do queijo da Canastra, que hoje torna a região conhecida nacional e internacionalmente. A Aprocan — Associação dos Produtores de Queijo da Canastra, com sede em São Roque de Minas, tem por objetivo valorizar e divulgar para o Brasil e para o mundo essa iguaria reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan e Iepha. O queijo tipo Canastra teve sua origem lá na Serra da Estrela, em Portugal, chegando ao Brasil através da colonização. A receita dessa tradição resultou em um tipo de queijo que se tornou um dos mais famosos do mundo: sofrido na sua origem, romântico na sua trajetória, nobre em nuances, único em texturas e sabores, um verdadeiro sonho de consumo.
Mergulho na natureza
Belas paisagens, atrativos naturais, fauna e flora riquíssimas e diversas cachoeiras atraem milhares de turistas todos os anos ao Parque Nacional da Serra da Canastra. Criado em 1972, tem entre seus destaques a nascente do Rio São Francisco e a Casca D’anta, cachoeira com mais de 186 metros de queda livre, considerada a sexta maior do Brasil.
Para conhecer as belezas da Canastra, a recomendação é se hospedar em São Roque de Minas, principalmente na área central, e contratar um guia para realizar os passeios. Localizado no Centro da cidade, o Hotel Chapadão da Canastra tem um parque aquático com uma hidromassagem climatizada e piscinas adulto e infantil, brinquedos para crianças, área para bebericar uma cerveja geladinha e bar de piscina. A área fica rodeada pela mata ciliar e ao fundo corre o silencioso Rio do Peixe.
O parque está dividido em duas partes: a alta, com três portarias (São Roque de Minas, que concentra a maioria dos serviços e hotéis; São João Batista da Serra da Canastra e Sacramento), e a baixa com uma (São José do Barreiro). Atravessar os 72 quilômetros da estrada de terra e muitas pedras que cortam o parque ligando as portarias de São Roque e Sacramento é uma missão de quase três horas em dias normais. A estrada é boa, mas precisa necessariamente ser conduzida por motoristas experientes.
Por isso, é recomendável contratar guias locais com veículos 4X4. Uma dica é o guia Vicente Zacarias da Costa, o seu Vicente, que tem sua base de atendimento no Hotel Chapadão da Canastra. Ele é nativo, tem 61 anos e é um profundo conhecedor da fauna e da flora que compõem a Canastra.
Proteção ao nascedouro
O Parque Nacional da Serra da Canastra foi criado em 1972 para preservar a nascente do Rio São Francisco. O local tem paisagens deslumbrantes, onde predominam campos de altitude e o cerrado. Com um pouco de paciência e sorte é possível encontrar veados-campeiros, tamanduás-bandeiras, lobos-guarás, tatus-canastra, entre tantos outros, além de centenas de pássaros, como tucanos, gaviões, pica-paus e uma infinidade que habita tanto a parte alta como a parte baixa das matas e campos.
O principal objetivo dessa área é a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas, desenvolvimento de atividades de educação, contato com a natureza e turismo ecológico, assim como a proteção das nascentes dos rios São Francisco, Araguari, Santo Antônio, Samburá, Bateias, Rio Grande, dos ribeirões, da fauna e da flora.
Fonte: Correio Braziliense