Flagrantes de 1997. Anael e Silvia tinham a ideia de implantar um “centro de vivência ambiental” no entorno da Cachoeira do Cerradão. Chegaram a fazer a placa. No registro, além dos proprietários, aparecem Zé Mario e os filhos dele, Eudes e Carlos. A família do produtor de queijo canastra, amigo e compadre, ajudou e participou de muita coisa na época.Início do turismo na RPPN e entorno, meados do ano 2000. Em sequência: primeira versão da atual recepção da RPPN. Rapel e tirolesa na Cachoeira do Cerradão e passeio a cavalo da fazenda do Zé Mário até a Cachoeira do Nego.Registro de meados do ano 2000. Teste de rapel no primeiro lance da Cachoeira do Cerradão. Operação que envolveu Carlos Andrade (Carlão), Flávio Piassi e outros da extinta operadora Os Canastras. Todos venceram os mais de 100 metros da Cachoeira usando 120 metros de corda. A operação, em dia de muito sol, teve alguns imprevistos como desenrolar a corda embaraçada no transporte. O teste deu certo, mas a complexidade da operação levou a Tamanduá Ecoturismo a lançar a atividade somente no segundo lance, com cerca de 20 metros, mais uma tirolesa no poço natural abaixo do terceiro lance.Antes da RPPN. Flagrantes de 1997. Até um carro-de-boi pertencente ao produtor de queijo canastra Zé Mário foi utilizado para fazer a canalização de água que garantiu o abastecimento da recepção e da casa da RPPN, além de vizinhos. Uma caixa d’água com acabamento em pedra marcou o término da obra. Os proprietários da futura RPPN, Anael de Souza e Silvia Dantas, fizeram a canalização em parceria com o vizinho do outro lado do rio, seo Carlinhos, já falecido, pai dos produtores de queijo canastra Roberto e Carlos Henrique.A bióloga Mitzi Brandão foi a autora do primeiro levantamento florístico da RPPN da Cachoeira do Cerradão, em 1998, antes do reconhecimento oficial pelo IBAMA/ICMBio.
Detalhe importante: para fazer o levantamento, ela pediu a consultoria informal de um “mateiro”. E quem se prontificou foi o produtor de queijo canastra Zé Mario. A parceria rendeu a identificação de cerca de 100 espécies ao longo da trilha que vai da recepção da reserva até a cachoeira. Agora, 20 anos depois, um novo levantamento dará origem a uma nova trilha interpretativa da flora, com mais espécies.
Mitzi Brandão, já falecida, foi uma das mais respeitadas especialistas em flora de Minas Gerais. Foi autora de vários livros, pesquisadora da EPAMIG – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais e recebeu duas homenagens marcantes: deu nome a uma reserva em Santa Rita do Sapucaí, MG (Reserva Biológica de Santa Rita Mitzi Brandão) e a uma nova espécie de planta do gênero Mimosa, a Mimosa Mitzi, típica dos campos rupestres de Minas.2001 a 2020. Quatro momentos da recepção da RPPN da Cachoeira do Cerradão. Ao longo dos anos, a construção foi adaptada e ampliada para receber melhor os visitantes. Em uma das fotos, aparece a primeira mascote do Cerradão: a vira-lata Isabela.Registros de 2008/2009, antes da RPPN. Levantamento de atrativos e lançamento de roteiros na região da Canastra, no primeiro ano da agência Tamanduá Ecoturismo. Fernando Leite, que ajudou Anael de Souza e Silvia Dantas a criar a agência, faz passeio de barco com convidados na confluência dos rios Samburá e São Francisco. Anael, Fernando e Silvia percorrem de jipe Niva e de bike a estrada da parte alta do Parque Nacional. E turistas andam a cavalo na trilha do Cerradão, hoje permitida apenas para caminhada.Casa do Cerradão. A construção começou em 2009. Depois do primeiro dia de terraplanagem, o proprietário Anael de Souza usou uma barraca para passar uma noite no local da futura casa. Em janeiro de 2000, Anael e Silvia (as sombras em primeiro plano) olham e fotografam a construção inacabada. Em 20 anos, a vegetação cresceu e se aproximou da casa que, fotografada mesmo ponto, se tornou invisível.Antes e depois na RPPN da Cachoeira do Cerradão. Em 20 anos, a vegetação do cerrado teve uma excelente recuperação. Apenas com o fim das queimadas e das roçadas, o corte de arbustos e pequenas árvores.Antes e depois: uma prova do poder de recuperação da natureza. Uma paisagem quase vazia, desértica, desmatada e ameaçada pelo fogo, dá lugar à exuberância das águas e das matas 20 anos depois.⠀
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