Por Diário do Comércio -16 de junho de 2020
Crédito | Foto : Sistema Faemg
Artesãs de Delfinópolis, no Sul de Minas Gerais, aproveitam o momento, enquanto as atividades comerciais presenciais e o turismo não voltam ao normal, para “colocar as fibras em ordem” e aperfeiçoar suas habilidades e conhecimentos por meio de cursos e dicas oferecidos pelo Sebrae Minas durante o período da pandemia.
Enquanto as atividades comerciais e o turismo estão limitados, por motivo do Covid-19, as “Arteiras da Canastra”, artesãs que fazem parte da Associação das Artesãs de Delfinópolis e que participaram, no ano passado, da Oficina do Futuro do Sebrae Minas que propõe, entre outros, uma visão de futuro para a coletividade local, continuam recebendo dicas e orientações do Sebrae sobre tendências do artesanato e a importância da formalização.
As artesãs também estão aprimorando suas técnicas de trançados por meio de outros cursos. “Nós estamos trabalhando normalmente, mas com a equipe alternando. Estamos aproveitando este tempo para tratar a fibra, fazer novas peças, enfim, organizar mais as coisas para o momento de retomada, que esperamos ser em breve”, diz a presidente da Associação das Artesãs de Delfinópolis, Silvia Barçanuta Cabral.
“O Sebrae trabalha para desenvolver os micro e pequenos negócios e valorizar a economia e o desenvolvimento territorial. Essa ação de levar capacitação e desenvolvimento para as associações e empreendedores, como as Arteiras da Canastra, engloba três de nossos projetos: o Queijo da Canastra, a Banana de Delfinópolis e o Artesanato, e tem dado muito certo”, explica a analista do Sebrae Minas Fabiana Rocha.
As peças produzidas pelas artesãs têm sido muito bem aceitas não apenas pelos turistas que passam pela região da Canastra, mas também por outros empreendedores locais.
Foi o caso do produtor de queijo Canastra Vale da Bateia, Humberto Gontijo de Oliveira, que viu nas peças da fibra de bananeira uma oportunidade de agregar valor ao seu produto e ainda ajudar o comércio territorial. Ele é um dos consumidores das caixinhas de colocar queijo, produzidas pelas Arteiras da Canastra.
“Juntou a fome com a vontade comer. Nosso queijo é gourmet e tem que ter uma embalagem mais adequada. Além disso, nosso produto combina muito bem com o artesanato e a gente ainda dá força para esse outro segmento econômico da região”, explica Humberto Oliveira.
“Para o Dia dos Namorados, as Arteiras da Canastra já produziram para nós embalagens em formato de coração, que compõem um kit só com produtos da Canastra: geleia, vinho e queijo. Um presentão!”, completa o produtor.
Atualmente, Delfinópolis é o segundo maior produtor de banana de Minas Gerais. Antes de serem apresentadas às possibilidades que a fibra da bananeira poderia trazer a elas, as “Arteiras da Canastra” trabalhavam com linhas de crochê, tecidos e outros materiais que foram substituídos pela fibra de bananeira. “Nossas técnicas foram adequadas a uma matéria-prima que temos em abundância aqui na região e o retorno tem sido bastante animador”, diz Silvia Cabral.
Com o projeto Banana de Delfinópolis, o Sebrae Minas, em parceria com a Associação dos Produtores de Banana de Delfinópolis, a Emater e outros, começou a incentivar pessoas da região a utilizar a fibra da bananeira para produzir artesanato. “Por muitos anos a fibra da bananeira foi completamente ignorada e descartada. Nossa ideia era produzir um artesanato que fosse atraente e ao mesmo tempo útil, e isto já está acontecendo, graças à força dessas “Arteiras”, finaliza a analista do Sebrae Minas. (ASN)
Fonte: Diário do Comércio