Obra “Joias Aladas: os incríveis beija-flores da Serra da Canastra” de Alessandro Abdala traz imagens e informações sobre as espécies de colibris do Parque Nacional.
Foto destaque: Beija-flor chifre-de-ouro ilustra capa do livro “Joias Aladas” — Foto: Divulgação Alessandro Abdala
O Parque Nacional da Serra da Canastra é um refúgio da vida selvagem. Com cerca de 200 mil hectares o lugar abriga uma biodiversidade incrível e atrai muitos amantes da natureza pelas belezas cênicas e riquezas naturais.
Além de ser morada de mamíferos emblemáticos como o lobo-guará, o tamanduá-bandeira e o veado-campeiro, o local ainda é abrigo de mais de 400 espécies de aves, entre elas uma das mais ameaçadas do mundo, o pato-mergulhão.
E para compartilhar um pouco da preciosidade dessa abundante avifauna da região, o fotógrafo Alessandro Abdala, resolveu criar uma obra dedicada às joias vivas da natureza: os beija-flores.
“Os beija-flores sempre me fascinaram, as cores, as formas, o jeito que eles se relacionam com as flores, beijando as flores, isso é muito bonito, poético e, no entanto alguns são minúsculos, estão sempre voando rápido e a gente acaba não conseguindo perceber todos os detalhes que eles têm, então resolvi fazer esse livro justamente para mostrar para as pessoas toda essa maravilha que eles representam”, conta.
Curiosidades
- Os beija-flores podem bater as asas mais de 90 vezes por segundo
- Têm habilidades em voo que nenhuma outra ave possui, como de voar para trás
- Apresentam penas iridescentes que parecem brilhar conforme a incidência de luz o atinge
- Possuem o metabolismo acelerado; o coração pode atingir duas mil pulsações por minuto
No livro, que recebe o título de “Joias Aladas: os incríveis beija-flores da Serra da Canastra”, o mineiro reúne fotos, informações e desenhos sobre as 21 espécies de colibris que ocorrem no Parque Nacional.
Trabalhando com a união de três conceitos: ciência, arte e natureza, o objetivo de Abdala foi criar um conteúdo que se complementasse, fosse didático e acessível a todos.
“A proposta era criar um livro que pudesse encantar o leitor e fazer com que ele tivesse vontade além de admirar, de conhecer mais sobre o tema, encontrasse um texto que fluísse bem e fosse gostoso de ler e ao mesmo tempo levar informações consistentes. É um livro para todas as idades, crianças vão gostar, jovens vão gostar e os adultos vão gostar muito e se divertir”, pontua.
A obra conta ainda com a colaboração de três fotografias feitas por Jorge Lucas, e ilustrações criadas por Denis Balduino, um grafiteiro e ilustrador que é amigo de infância do autor e já havia trabalho com ele na publicação de um livro anterior, o “Serra da Canastra: um refúgio das aves do Cerrado”.
“Joias Aladas” é fruto de um trabalho que levou pouco mais de três anos de dedicação, entre captação de imagens, produções de texto e criação artística.
O nome no livro não foi escolhido à toa, faz referência as primeiras citações descritas das espécies por especialistas e naturalistas, em que todos comparavam os beija-flores com pedras preciosas.
Os beija-flores e muito mais
De espécies comuns como o beija-flor-tesoura, o besourinho-de-bico-vermelho e o beija-flor-de-peito-azul aos visitantes ocasionais, como beija-flor-dourado, beija-flor-cinza, beija-flor-preto, todos os colibris que podem ser observados na Serra da Canastra são valorizados no livro.
Seja nas fotografias ou nas ilustrações Abdala buscou retratar ao máximo os detalhes de cada espécie, e as belezas e singularidades de cada uma delas. Além dos mestres do ar, o livro traz também informações e fotos de diferentes espécies da fauna do Parque.
Dos desenhos à fotografia
Por que a Serra da Canastra? A relação do designer e fotógrafo Alessandro Abdala com o Parque Nacional vai além da profissional, ela surgiu ainda na infância. “Eu nasci e vivo até hoje em Sacramento (MG) que é uma das portas de entradas para o Parque Nacional. E os chapadões, as extensas planícies que caracterizam a Serra da Canastra, as águas frias e cristalinas que descem da cachoeira, é onde eu me sinto mais feliz”, comenta.
Na juventude, Alessandro usava a arte para expressar o sentimento de amor que sentia ao extenso “quintal” e toda a região em que cresceu. “Minha família inteira de certa maneira está envolvida com algum tipo de arte, e isso fez com que eu despertasse essa veia artística. Quando eu era menino, recortava figurinhas e reproduzia, desenhava os bichos em telas e pintava”.
Pouco a pouco ele foi aguçando os sentidos e aperfeiçoando técnicas para reproduzir da melhor forma o que tanto gostava. “Eu passei a ter vontade de retratar os bichos que desenhava junto com meu tio, no próprio ambiente natural em que ele vivia, queria retratar ele no mato, o jeito que vivia comportamento natural”.
Nessa busca por compartilhar imagens cada vez mais ricas, detalhadas e fidedignas ao que observava em campo, Alessandro descobriu uma ferramenta que iria se tornar uma grande aliada: a fotografia.
“Eu acho que o grande poder da fotografia é sensibilizar as pessoas instantaneamente, e isso torna uma ferramenta de conscientização ambiental, porque a pessoa passa a conhecer, se encanta e depois quer saber mais sobre aquele tema, estudar mais sobre o bicho, acho que passa a valorizar mais e consequentemente preservar”, finaliza.
O livro está à venda no site do autor. Para conferir acesse o link: “Joias Aladas: os incríveis beija-flores da Serra da Canastra”
Fonte: G1